Seqenenre-Taa-II, o Bravo, faraó que morreu de forma violenta ao tentar libertar o Egito

Seqenenre-Taa-II, o Bravo, foi um soberano egípcio que teve um reinado curto e uma morte intensa. O faraó passou por volta de uma década no poder, e encontrou sua ruína após uma batalha para libertar seu povo do domínio dos “Hyksos”. 

Esses inimigos, que possuíam grande força militar, invadiram uma parte do território do Egito. A seguir, eles não apenas se instalaram no local, mas também passaram a cobrar impostos dos egípcios. 

Um dia, as tensões alcançaram seu limite, e Seqenenre Tao decidiu que era hora da revanche, e declarou guerra contra os invasores. O governante, todavia, não deu sorte durante o embate, sendo capturado pelos adversários em meio ao campo de batalha.

Segundo descoberto por um estudo realizado em fevereiro de 2021, os últimos momentos do destemido faraó como prisioneiro nas mãos do inimigo foram extremamente brutais. A pesquisa que investigou o assassinato sangrento do soberano egípcio foi publicada no periódico “Frontiers in Medicine”.

Morte cerimonial 

A múmia de Tao foi descoberta em 1881, porém apenas recentemente passamos a ter o nível de tecnologia necessária para desvendar seus segredos.

Algumas hipóteses, por exemplo, eram de morte em batalha ou então durante seu sono quando estava ainda em seu palácio real, como resultado de um complô de seus homens. A nova pesquisa, contudo, traz uma versão muito mais sombria do que previam os cientistas. 

A pesquisa deste ano teve a oportunidade de submeter os restos mortais do governante egípcio a uma ressonância magnética. Já era sabido que Seqenenre foi ferido na cabeça, algo descoberto em 1960 através da utilização de um raio-X. 

Os equipamentos deste século, por sua vez, foram além, determinando também que as lesões presentes no crânio do cadáver de 3.600 anos haviam sido feitas por diferentes armas pertencentes aos hyksos.

“Em uma execução normal em um prisioneiro amarrado, pode-se presumir que apenas um agressor ataca, possivelmente de ângulos diferentes, mas não com armas diferentes. A morte de Seqenenre foi, na verdade, uma execução cerimonial”, afirmou Sahar Saleem, a especialista em radiologia que liderou o estudo, conforme repercutido pelo EurekaAlert.

“Seqenenre realmente estava na linha de frente com seus soldados, arriscando sua vida para liberar o Egito”, comentou a pesquisadora ainda.

A decisão de comandar seus homens pode ser considerada nobre, porém também é inegável que o líder pagou caro por ela. 

Outras informações que foram desveladas pela ressonância magnética foram a idade do corpo, e um detalhe diferenciado que foi incluído em seu processo de mumificação. 

Tao tinha 40 anos de idade na época de sua morte, e seus profundos ferimentos na cabeça foram camuflados através do uso de um material de embalsamamento que pode ser comparado com algumas substâncias usadas em procedimentos atuais, como o botox.

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