Confira livros que exploram tópicos como narrativas e conflitos éticos, e que devem estar na estante de todo amante do jornalismo
Redação Publicado em 07/10/2024, às 15h30
No mundo do jornalismo, a busca por conhecimento é uma constante. Para se tornar um exímio jornalista, a leitura é uma ferramenta indispensável. Para te ajudar a aprimorar as suas práticas jornalísticas e te oferecer um olhar profundo sobre a ética na profissão, escolhemos oito obras literárias essenciais que todo jornalista deveria ler.
Confira os livros logo abaixo:
A grande obra de Truman Capote, “A Sangue Frio” narra a história do assassinato da família Clutter em Holcomb, Kansas, bem como dos responsáveis pelo brutal crime. A motivação de Capote para escrever sobre esse terrível evento ocorreu quando ele leu a notícia do assassinato da família em 1959. Quase seis anos depois, em 1965, a história foi publicada em quatro partes na revista The New Yorker. A obra é um marco na história do jornalismo e da literatura nos Estados Unidos, oferecendo uma reflexão perspicaz sobre as ambiguidades do sistema judicial do país e revelando o lado sombrio do sonho americano.
A leitura deste livro é tão essencial quanto a análise dos cadernos de política ou notícias do momento, e tão agradável quanto folhear a seção de quadrinhos nos jornais. Representando uma verdadeira lição para profissionais de jornalismo e aqueles que aspiram a essa carreira, este texto preciso, descontraído e repleto de humor é altamente recomendado tanto para estudantes de Comunicação como para qualquer outro leitor em busca de obras bem elaboradas e cativantes.
Um jornalista competente deve ter a habilidade de formular as questões apropriadas no momento adequado. Barbara Walters é amplamente reconhecida como uma entrevistadora de renome nos Estados Unidos, suas entrevistas são aguardadas com grande expectativa e frequentemente surpreendem. Ela demonstra uma capacidade singular de obter informações de seus entrevistados, mantendo-se imune ao brilho das celebridades durante o processo, uma lição fundamental que os jornalistas devem aprender desde o início de suas carreiras. Ao longo de sua trajetória, Barbara Walters até mesmo conseguiu entrevistar todos os presidentes em seu tempo.
Proprietário de um vasto império composto por quase uma centena de jornais, revistas, estações de rádio e televisão, os Diários Associados, Assis Chateaubriand, também conhecido como Chatô, sempre desempenhou papéis na esfera política, nos negócios e nas artes, agindo como se estivesse acima de julgamentos morais. Mais temido do que admirado, sua trajetória, muitas vezes intrigante e repleta de momentos divertidos, está intrinsecamente ligada à vida cultural e política do Brasil nas décadas de 1910 a 1960. "Chatô, o rei do Brasil" é um trabalho jornalístico de grande dedicação, buscando retratar de maneira imparcial e minuciosa um personagem tão complexo quanto fascinante.
"O Jornalista e o Assassino" conta a história de Jeffrey MacDonald, um médico condenado pelo assassinato de sua esposa e duas filhas. Ele moveu uma ação sem precedentes contra um repórter que havia escrito um livro sobre ele com base em entrevistas realizadas durante seu julgamento e seu tempo na prisão. Ao abordar questões tão controversas quanto a ética do jornalismo e a liberdade de imprensa, o livro de Malcolm rapidamente se tornou um clássico que explora a interação complexa entre o jornalismo e o poder.
"Vida de Escritor" não segue o formato tradicional de uma autobiografia. Em vez disso, é um livro que explora a profissão de escrever e os desafios enfrentados por aqueles que se aventuram nesse caminho. Enquanto narra suas próprias dificuldades em encontrar boas histórias, Talese nos permite darmos uma espiada em sua vida e, especialmente, sua carreira. Ao centrar o livro em personagens anônimos ou menos conhecidos, o autor efetivamente se solidariza com eles. Ele oferece uma lição que só a experiência e a sabedoria podem proporcionar: mesmo em uma autobiografia de um jornalista, o que realmente importa são as histórias dos outros.
Uma reportagem icônica sobre os impactos da bomba atômica que devastou Hiroshima em 1945: um retrato detalhado de seis sobreviventes, registrado um ano após a explosão. Quatro décadas mais tarde, o autor reuniu-se novamente com essas testemunhas para complementar a narrativa. O relato de Hiroshima desempenhou um papel crucial em conscientizar o mundo sobre o imenso poder destrutivo das armas nucleares. Este livro é uma leitura valiosa para estudantes de jornalismo, profissionais da área e para qualquer indivíduo interessado em temas históricos.
O livro "Eichmann em Jerusalém - Um Relato Sobre a Banalidade do Mal," escrito pela filósofa alemã Hannah Arendt, apresenta-se como uma obra de caráter jornalístico, com elementos de filosofia entrelaçados. Arendt foi enviada a Israel pela revista "New Yorker" com o objetivo de relatar o julgamento de Adolf Eichmann, um dos principais responsáveis pelo genocídio de judeus, comunistas, ciganos, homossexuais e testemunhas de Jeová nos campos de extermínio poloneses. Com maestria, a autora combina elementos do jornalismo político com ponderações filosóficas, explorando questões perenes, como a habilidade do Estado em transformar atos de violência homicida em meros cumprimentos de metas e estruturas organizacionais.
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