Adornada com hieróglifos, a estrutura encontrada durante missão arqueológica retrata cenas de um rei ptolomaico fazendo oferendas a divindades
Giovanna Gomes Publicado em 26/11/2024, às 10h22
Um pilão ptolomaico notavelmente bem preservado foi descoberto por uma missão arqueológica egípcia-alemã liderada pelo Conselho Supremo de Antiguidades do Egito (SCA) e pela Universidade de Tübingen.
Localizado no lado oeste do Grande Templo de Athribis, em Sohag, Egito, o pilão impressiona por sua monumentalidade, com 51 metros de largura e altura original de até 18 metros. Suas duas torres, cada uma com 24 metros de largura, fortificam um portão central ricamente decorado.
Adornada com hieróglifos e entalhes intricados, a estrutura retrata cenas de um rei ptolomaico fazendo oferendas às divindades locais: a deusa Repyt, de cabeça de leão, o deus da fertilidade Min e sua divindade infantil, Kolanthes. Essas figuras, segundo informações do portal Archaeology News, eram centrais às práticas religiosas de Athribis.
O chefe da missão egípcia, Dr. Mohamed Abdel Badie, destacou a importância histórica das inscrições, que datam a construção do templo ao reinado de Ptolomeu VIII (170–116 a.C.). Possíveis referências à rainha Cleópatra III também foram identificadas.
O local de Athribis, com 74 acres, já foi um importante centro religioso e administrativo, abrigando templos, necrópoles e pedreiras. A escavação atual dá continuidade a trabalhos iniciados pelo arqueólogo britânico Flinders Petrie no início do século 20, que revelou parte da câmara sul do templo.
Entre as descobertas recentes, estão representações de divindades celestiais usadas para medir as horas noturnas e uma escada que levava a um andar superior agora destruído, possivelmente por volta de 752 d.C. Markus Müller, diretor da missão alemã, e o Dr. Christian Leitz, co-líder da equipe, ressaltaram que essas novas evidências enriquecem a compreensão do complexo templo.
O período ptolomaico (305–30 a.C.), marcado pela fusão das culturas grega e egípcia, influenciou a arte, arquitetura e práticas religiosas da época. Governantes como Ptolomeu VIII adotaram costumes egípcios e se apresentaram como faraós, enquanto incorporavam tradições gregas.
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