Organização que atua em defesa dos direitos dos animais, a PETA criticou os estereótipos atribuídos aos ratos no filme Nosferatu
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 09/12/2024, às 20h30
O filme Nosferatu, do diretor Robert Eggers, recebeu críticas da PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) pelo uso de ratos.
A organização de defesa dos direitos dos animais não concordou com o uso de 5.000 ratos vivos durante uma sequência do longa-metragem.
Na cena em questão, os roedores invadem Londres, trazendo a peste bubônica com eles, uma das passagens mais icônicas da releitura do clássico alemão de 1922. A PETA criticou a escolha de Eggers, alegando que tal retrato difunde estereótipos prejudiciais aos animais.
Lauren Thomasson, diretora de Animais no Cinema e na Televisão da PETA, declarou à Variety:
Um humano não tem mais probabilidade de ser ferido ou morto por um rato na vida real do que por um vampiro, e falsas representações desses animais como arautos da morte negam aos espectadores a chance de vê-los como os seres inteligentes, sociais e afetuosos que são. Encorajamos todos a enxergar através desses estereótipos vergonhosos e dar aos ratos o respeito que eles merecem."
Após uma das primeiras exibições públicas do filme, Eggers comentou sobre a cena em uma conversa com Guillermo del Toro.
Ele explicou que os ratos reais foram usados no primeiro plano, enquanto roedores criados por computação gráfica aparecem em planos mais amplos. O diretor também mencionou o desafio inusitado do trabalho com os animais: "Eu não sabia que ratos são incontinentes, então o cheiro é insano."
Craig Lathrop, designer de produção do filme, garantiu à Variety que todos os cuidados foram tomados para proteger os animais durante as filmagens:
"Nenhum deles estava perdido. Encontramos todos eles. Construímos barreiras de plexiglass para mantê-los em áreas controladas. Na cena da rua, os cavalos estavam de um lado da barreira e os ratos do outro, garantindo que nenhum fosse ferido."
A PETA aproveitou a oportunidade para destacar características positivas dos ratos, como sua habilidade de criar laços familiares, brincar e até rir quando recebem cócegas.
A organização também ressaltou que os ratos são menos propensos a transmitir parasitas e vírus do que cães ou gatos, contrariando os estigmas frequentemente associados a esses animais.
Nosferatu, estrelado por Lily-Rose Depp e Bill Skarsgård, é uma adaptação gótica do clássico mudo alemão, que narra a obsessão de um terrível vampiro, Conde Orlok, por uma jovem assombrada.
A controvérsia em torno do uso de ratos no filme adiciona um elemento inesperado à sua recepção, reacendendo debates sobre ética no uso de animais em produções cinematográficas. Resta saber como o público e a indústria responderão ao protesto da PETA.
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