Em meio às mudanças climáticas extremas, diversos animais tem morrido simultaneamente no continente africano nos últimos meses
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 14/12/2024, às 13h00
Quatro rinocerontes-brancos morreram no Zimbábue após beberem água contaminada por esgoto no Lago Chivero, principal fonte de abastecimento de água para Harare, capital do país. A tragédia foi confirmada pela autoridade de vida selvagem ZimParks no último sábado, 7.
Além dos rinocerontes, outras espécies também foram afetadas, incluindo três zebras, quatro gnus, quatro águias-pescadoras, além de cabritos e bovinos, todos envenenados por cianobactérias presentes na água poluída.
De acordo com Tinashe Farawo, porta-voz da ZimParks, a contaminação do lago é resultado do desperdício de esgoto bruto pelo conselho municipal de Harare. As cianobactérias, tóxicas tanto para animais quanto para humanos, proliferam em águas poluídas, agravando os impactos no ecossistema local.
Para evitar novas mortes, os rinocerontes sobreviventes do Parque Recreativo do Lago Chivero foram transferidos para outra área. No entanto, evitar que os animais consumam água contaminada tem sido um desafio devido às altas temperaturas e condições secas da região.
“Para mitigar o risco, implementamos medidas para desencorajar os animais a beberem do reservatório afetado, colocando blocos de sal e nozes próprias para a fauna ao redor do parque, além de pontos artificiais de água limpa”, afirmou Farawo à AFP.
A situação reforça a preocupação com a preservação de espécies ameaçadas. O rinoceronte-branco, classificado como "quase ameaçado" de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), teve sua população aumentada para cerca de 10.080 indivíduos após esforços de conservação.
Já o rinoceronte-negro, considerado "criticamente ameaçado", conta com apenas 3.140 espécimes ao redor do mundo, conforme repercute O Globo.
No Zimbábue, os números mais recentes indicam a presença de 496 rinocerontes-negros e 374 rinocerontes-brancos, conforme dados de 2017. Durante a década de 1970, o país abrigou a maior população mundial de rinocerontes-negros, com cerca de 3.500 indivíduos, mas esse número caiu significativamente devido à caça furtiva e outros fatores ambientais.
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