Ao se deslocar da América do Sul para a África, o animal conquistou o recorde de viagem de maior distância já registrado para uma baleia
Giovanna Gomes Publicado em 11/12/2024, às 13h00
Uma baleia jubarte conquistou um grande recorde ao viajar mais de 13.000 km da América do Sul para a África, marcando a maior distância já registrada para uma baleia. Segundo uma pesquisa publicada na Royal Society Open Science, o animal foi avistado pela primeira vez na costa da Colômbia e, quase uma década depois, reapareceu próximo a Zanzibar, na África.
Ted Cheeseman, biólogo de baleias da Southern Cross University e coautor do estudo, destacou que essa migração foi extraordinária, quase o dobro do percurso típico. Ele sugeriu que a baleia pode ter se afastado de sua rota e grupo populacional habituais, mas os pesquisadores ainda não sabem como ela foi recebida em seu novo destino.
Segundo o portal The Guardian, a identificação foi possível graças à plataforma Happywhale, cofundada por Cheeseman, que usa uma versão adaptada de reconhecimento facial para catalogar baleias com base nos padrões únicos de suas caudas.
A cientista de baleias Vanessa Pirotta, que não participou do estudo, classificou a descoberta como um “exemplo brilhante” de como a combinação de ciência cidadã e tecnologia pode transformar simples avistamentos em contribuições significativas para a ciência.
Autora do livro Humpback Highway, que explora as rotas migratórias das baleias ao longo das costas da Austrália, Pirotta observou que nem sempre esses animais seguem padrões previsíveis. Sua pesquisa com Migaloo, uma jubarte completamente branca, revelou desvios frequentes, que incluíam cruzar para a Nova Zelândia em vez de seguir a costa leste australiana.
Os pesquisadores ainda não sabem se o avanço das tecnologias de rastreamento está simplesmente revelando comportamentos antes desconhecidos ou se as mudanças climáticas estão alterando os padrões migratórios das baleias.
“Estamos aprendendo muito mais porque temos as ferramentas em vigor”, afirmou Pirotta. “Como mundo, estamos muito mais conectados, e isso significa que as histórias que podemos contar sobre as baleias estão mais conectadas globalmente do que nunca”, destacou.
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