Nem só os Simpson vivem de previsão; relembre produções que 'anteciparam' cenários curiosos
Daniel Bydlowski, cineasta Publicado em 27/03/2022, às 06h00 - Atualizado em 24/07/2022, às 16h00
Os Simpsons, o desenho animado mais famoso dos anos 1990 e 2000, já anteviu a lavada da Alemanha no Brasil, na Copa de 2014, além de mortes, eleições, entre outras previsões que deram o que falar.
Mas calma, não é só Matt Groening, o criador dos homens amarelinhos que sai por aí dando uma de vidente, outros diretores conseguiram façanhas de arrepiar e repensar em todos os outros filmes de ficção que já foram às telonas.
Imaginem um The Walking Dead real? Quem assistiu a todas as temporadas, estaria preparado para um ataque zumbi. E não querendo assustar, mas já assustando, quantas reportagens de psicoativos que parecem deixar a pessoa no estado de um carnívoro em decomposição você já viu? Prepare os suprimentos e um bunker.
Um pouco menos assustador, mas tão inquietante quanto, temos inúmeras produções cinematográficas que vieram a ser parte da história de cidades, países, comunidades, ou mesmo do mundo inteiro.
Filme baseado no romance de George Orwell (1949) conta sobre um futuro distópico onde todos são vigiados o tempo inteiro. O sistema é controlado pelos olhos e ouvidos do Grande Irmão — pausa para evidenciar que o programa Big Brother talvez tenha sido inspirado nessa dinâmica.
A questão é: quantas vezes você já conversou sobre um assunto, produto ou serviço, e quando pegou o celular a propaganda do objeto de fala estava lá, escancarada na sua frente? É... O Grande Irmão talvez seja o Google.
Parece que 1984 foi o ano das previsões. Talvez você que assistiu não se lembre, mas o drone apareceu por lá. A história que apresenta um androide do futuro que volta para salvar a vida de um menino prometido.
Em muitas cenas os aviões robóticos aparecem o tempo todo no ar, e hoje, são utilizados até mesmo pela polícia para vasculhar grandes áreas, além de entregar suprimentos, tirar fotografias no panorama de cima, entre outras funções.
Um vírus começa na China e se espalha com a roupagem de uma simples gripe e começa a matar muitas pessoas. Em velocidade surreal, o mundo é contagiado e enquanto a população luta para ficar viva, políticos e cientistas começam a investigar medidas para parar o vírus. Alguma semelhança com os últimos dois anos que estamos vivendo?
Com duas importantes previsões, os outdoors de papelão foram coisa do passado neste longa, os digitais e luminosos ganharam vida, em um tempo que não existiam. E o melhor, as chamadas de vídeo foram o auge.
A história também fala sobre clones humanos que se infiltram em meio à sociedade, e um policial é contratado para caçar um deles. Será que é essa é a nossa próxima previsão real?
Nem vamos especificar uma data, afinal, toda saga vem cheia de acessórios que foram transformados em realidade, como os relógios inteligentes, que mandam mensagem pela fala e recebem todo tipo de informação. Ainda, o conceito do snapchat e stories, a mensagem que sai do ar após 24 horas, além de carros inteligentes, entre outros.
A distopia mostra humanos geneticamente alterados. Será? Existem muitas teorias conspiratórias de projetos especiais na NASA. Mas não é disso que estou falando. Este filme trouxe a questão do mapeamento genético a favor da saúde, e hoje isso já é uma realidade e pode ajudar a prevenir muitas doenças e salvar vidas.
Os carros autônomos são uma realidade e estão a todo vapor em teste e produções, principalmente pela montadora Tesla. No longa, eles são os grandes protagonistas, com um computador como uma espécie de andróide humano. Até a espionagem e viagem a Marte estão dentre as temáticas, será que estamos tão longe assim?
Próteses robóticas e reconhecimento fácil. O policial mais querido dos anos 80, que após sofrer um acidente foi colocado dentro de uma máquina e transformado em um agente imbatível, mostrou a possibilidade de substituir membros por peças produzidas e também a facilidade de entrar e sair, ligar e desligar, desbloquear por meio das expressões únicas da face de cada um.
Pois é, o cinema tem muito a nos contar, antecipadamente! Fique esperto!
O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.
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