Lançado em 1997, filme que retrata o mais famoso naufrágio já existente volta aos cinemas
Daniel Bydlowski, cineasta Publicado em 20/02/2022, às 09h00 - Atualizado em 09/02/2023, às 11h11
Interrompido para sempre em sua primeira e última viagem, o gigante Titanic foi construído para milionários, mas herdado pelas profundezas das águas do Atlântico Norte. Após dois anos de sua construção, encomendada pela empresa britânica White Star Line, a embarcação de luxo pesava 45 mil toneladas com 269 metros de comprimento e 53 de altura.
Com capacidade para 2.435 passageiros e 892 tripulantes, o RM Titanic foi lançado oficialmente ao seu destino em 10 de abril de 1912. A travessia ia de Southampton, na Inglaterra, até Nova Iorque, nos Estados Unidos. No dia 14 de abril o Titanic atingiu um iceberg que causou seu naufrágio, com botes salva-vidas para apenas metade das pessoas a bordo.
Apesar de muito notória, sua história ganhou tamanha popularidade com o longa, Titanic de James Cameron, em 1997. Com 194 minutos e um custo de 200 milhões de dólares, a trágica viagem ganhou atuações de prestígio, histórias, cenas e efeitos especiais fascinantes e inéditos à época.
O navio, feito de pequenas e grandes maquetes, efeitos visuais e animação, é tão convincente que parece um documentário. A dedicação de Cameron em trazer o drama, romance e a história em suas devidas proporções foi incrível, inclusive contaram com mergulhos para ver os destroços do navio, que continuam lá.
Para dar enredo a todos os acontecimentos da fatídica noite, que são englobados no filme, há o romance entre a jovem Rose, interpretada por Kate Winslet, e Jack Dawson, personagem de Leonardo DiCaprio. E embora a história seja uma ficção, há muita verdade no filme, por exemplo, os vários personagens com inspirações reais e situações que foram marcantes.
O filme volta aos cinemas do Brasil nesta quinta-feira, 9, como uma celebração aos 25 anos do seu lançamento. Abaixo, você confere os fatos curiosos que marcaram o filme.
Margaret Molly Brown, interpretada por Kathy Bates, foi na vida real, assim como filme, peça fundamental para o resgate de várias pessoas, inclusive da terceira classe. A socialite tentou sem sucesso que os botes voltassem para resgatar mais pessoas. Ela que sobreviveu a tragédia, posteriormente buscou também ajudar a organizar os enterros para os falecidos.
A bravura e lealdade em afundar junto com seu navio, do capitão Edward John Smith, personagem de Bernad Hill, também é verdade. Embora muitos pensem que a imprudência dele possa ter causado o acidente, o filme retrata o que provavelmente aconteceu, uma sequência de atitudes levianas combinadas a falhas de projeto e arrogância. A cena em que o navio se esforça para desviar do iceberg-e falha- é tão bem feita que é agonizante de assistir. Todos os estágios do naufrágio são combinados as vidas dos personagens, o que torna tudo muito real e humano.
O segundo imediato no Titanic, Charles Lightoller, interpretado por Jonathan Phillips também foi um herói na vida real. Embora ele não tenha conseguido salvar a todos durante o naufrágio, ele compartilhou seu conhecimento após o desastre, exigindo melhores comunicações entre barcos, e utensílios como mais botes salva-vidas em navios de passageiros.
Outra cena memorável do longa é a orquestra que continua tocando mesmo enquanto o barco afunda. Isso realmente aconteceu, o líder da orquestra, Wallace Hartley e outros músicos escolheram continuar tocando para acalmarem os passageiros. Nenhum deles sobreviveu.
O criador do Titanic, Thomas Andrews, representado por Victor Garber, é real. Embora confiasse no navio, sabia de suas limitações e quando atingiram o iceberg se preparou para o seu destino e procurou ajudar outras pessoas.
Madeleine Force, personagem de Charlotte Chatton, estava grávida mesmo. Segunda esposa de John Jacob Astor IV, um incorporador imobiliário americano e talvez a pessoa mais rica a bordo, ela e seu marido esperavam que o filho nascesse na América. John fez o possível para salvá-la, mas faleceu. Meses após o desastre, o bebê deles nasceu.
Interpretado por Jonathan Hyde, o presidente da White Star Line, Joseph Bruce Ismay, foi representado no longa como um vilão que além de querer acelerar a velocidade do navio também foi acusado de ostentar o luxo ao diminuir o número de botes salva-vidas de 48 para 16. Apesar de, na vida real, ele ter ajudado muitos outros passageiros durante o desastre, ao qual sobreviveu, sua reputação foi manchada para sempre.
O famoso retrato que Jack faz de Rose é de James Cameron. As mãos que aparecem na cena rabiscando o papel são do diretor, que é um excelente artista. E que além de dirigir o filme também o editou, produziu e roteirizou.
Leonardo DiCaprio não foi uma escolha fácil para a produção do longa, o ator, embora estivesse em ascensão em sua carreira, teve que lutar para conquistar o papel de Jack.
O longa ganhou mais de 10 estatuetas no Oscar como Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor atriz para Kate Winslet, Melhor Fotografia, Figurino, Direção de arte, efeitos visuais, mixagem de som, montagem, Edição de som, maquiagem e penteado.
Na cena em que a água inunda a escadaria principal do navio, a equipe de filmagem teve apenas uma chance de filmar, já que o cenário inteiro foi destruído com a enchente.
O filme custou mais do que a construção do próprio Titanic, orçado em cerca de 130 milhões de dólares, o longa custou 220 milhões.
Os atores que interpretaram os trabalhadores nas fornalhas do navio eram baixos, com cerca de 1,50. Essa foi uma escolha da produção para que nas cenas o navio e os equipamentos parecem enormes.
Kate Winslet pegou uma grave pneumonia ao gravar a cena que está na água. Ela foi a única que não pode utilizar um traje térmico, o que resultou na enfermidade.
Marchinhas, folia e confusão: O Carnaval retratado no cinema
Afinal, 'Duro de matar' é ou não um filme natalino?
Bruce Lee, o eterno dragão chinês
Veja o que cada ator que viveu o 'Batman' trouxe de bom a saga
Da ganância a redenção: Quem foi Oskar Schindler?
Filadélfia: Filme é um marco contra o preconceito