Desta forma, o Brasil teria atingido a marca entre 5,6 e 7 milhões de ocorrências. Motivo pela discrepância com os dados oficiais seria a falta de testes em massa da população
Fabio Previdelli Publicado em 09/06/2020, às 17h00
Segundo uma pesquisa adotada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o número real de infectados pelo novo coronavírus no Brasil pode ser de oito a dez vezes maior do que os dados divulgados oficialmente pelo Ministério da Saúde. Sendo assim, usando dados de ontem, 8, levantados pelo consórcio de imprensa — que registrou 707.412 casos —, o país teria atingido a marca entre 5,6 e 7 milhões de ocorrências (o que incluiu os assintomáticos).
Essa estimativa foi feita por um grupo de pesquisadores do programa de pós-graduação em modelagem computacional da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e do Centro Federal de Educação e Tecnologia (Cefet) de Minas Gerais.
Mas como os pesquisadores chegaram nesses números?
A estimativa desses dados foi feita através de um modelo computacional que relacionou os números de óbitos divulgado oficialmente com a taxa de letalidade da Covid-19 no Brasil: que é de 5,5%.
Assim, o estudo comparou esse índice com a de outros países, como Alemanha e Coreia do Sul, que fizeram testagens em massa e, portanto, apresentam uma notificação mais fiel à realidade, que é de cerca de 1%.
"Quando publicamos nossa primeira nota técnica, em 30 de março, as estimativas eram de que a subnotificação era de 12 vezes", explica o professor da UFJF Rodrigo Weber do Santos, um dos autores do estudo. "De lá para cá o Brasil tem feito mais testes. Por isso que a previsão é de que o número oficial de infectados estaria subnotificado entre oito e dez vezes neste momento”.
Segundo Santos, essa metodologia já foi reconhecida pela revista Chaos, Solitons & Fractals, da editora Elsevier, que publicou um artigo sobre a pesquisa, que agora será avaliada por outra revista científica internacional.
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