Considerada uma das mais belas primeiras-damas do mundo, Maria Thereza Goulart viveu romance e dramas ao lado do marido, o ex-presidente João Goulart
Éric Moreira Publicado em 07/12/2024, às 09h00
Um dos períodos mais sombrios e turbulentos da história brasileira recente se deu entre 1964 e 1985, quando o país viveu a ditadura militar. Tudo começou no dia 1º de abril de 1964, quando os militares promoveram um golpe que depôs o então presidente eleito, João Goulart — também conhecido como Jango —, que foi exilado e substituído.
Dessa forma, o nome de João Goulart é um que não foi esquecido da história nacional, em meio à longa lista de presidentes que o Brasil já teve. E, ao lado dele, outra figura que sempre chamou atenção foi sua esposa, Maria Thereza Goulart.
Confira a seguir 5 curiosidades sobre a primeira-dama Maria Thereza Goulart, esposa de "Jango":
João Goulart conheceu Maria Thereza quando ela ainda tinha apenas 14 anos, quando eles moravam próximos em São Borja, no Rio Grande do Sul, e ela foi lhe entregar uma correspondência. Por residirem na mesma cidade, os dois acabaram se vendo várias vezes e, pouco a pouco, ficaram mais próximos.
Foi só quando ela fez sua festa de 15 anos, no Rio de Janeiro, que convidou Jango e o romance entre os dois iniciou-se. Porém, no começo, Maria Thereza tinha certo receio, visto que ele era 22 anos mais velho, e já estava envolvido com a política. Por isso, os dois só começaram a levar o namoro a sério depois que ela completou 17 anos, repercute a agência de notícias CEUB.
Com apenas 18 anos, Maria Thereza já tinha um relacionamento mais estável com Jango, que era vice-presidente do governo de Juscelino Kubitschek e, posteriormente, também de Jânio Quadros. Foi depois da renúncia de Jânio, em agosto de 1961, que Jango tornou-se presidente do Brasil; e Maria Thereza, por sua vez, primeira-dama.
Quando Maria Thereza recebeu a notícia de que seu marido se tornara presidente, ela estava na Espanha de férias com os filhos, enquanto Jango retornou de uma viagem à China. Foi o dono do hotel que ela estava hospedada que lhe mostrou um jornal com a notícia da renúncia de Jânio.
Uma curiosidade é que, após tornar-se primeira-dama, Maria Thereza passou a receber grande atenção midiática, e as pessoas, em geral, demonstravam muito carinho e atenção por ela, um reflexo de como não só ela como seu marido eram aprovados pelos brasileiros.
Uma curiosidade é que, com essa repercussão, a revista People na época até mesmo a considerou a primeira-dama mais bonita do Brasil, e uma das 10 mais bonitas do mundo. Ela mesma já relatou ter se sentido lisonjeada, estando na mesma lista que figuras como Grace Kelly, ex-atriz de Hollywood e esposa do príncipe de Mônaco, Rainier III.
No fatídico 1º de abril de 1964, com o golpe militar, todo o cenário começou a mudar, e ela soube que precisava sair de Brasília. Ela só conseguiu notícias de Jango no dia 3 de abril, quando o encontrou no Rio Grande do Sul — e, de lá, partiram para o exílio no Uruguai.
Durante o exílio, Maria Thereza decidiu se dedicar aos dois filhos, João Vicente e Denize, que ainda eram pequenos, e ao marido. Foi lá que a família permaneceu por 12 anos, antes voltarem ao Brasil.
Infelizmente, quando retornaram ao Brasil, Jango já não estava mais entre eles: ele faleceu no dia 6 de dezembro de 1976, após sofrer um ataque cardíaco na cidade de Mercedes, na Argentina. Por isso, o retorno ao país de origem foi triste, no que ela qualifica como o momento mais difícil de sua vida, segundo a agência de notícias CEUB.
Hoje, Maria Thereza Fontella Goulart tem 88 anos, e vive no Rio de Janeiro, sendo uma personalidade bastante relevante e conhecida da história e política brasileira. Ela não se casou novamente.
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